Notas1. Para uma excelente discussão dessa questão veja Rée (1999: 42-5). Ele conclui que é, precisamente, porque a audição habita um mundo de sons efêmeros, em vez de objetos sólidos, que ela difere da visão: ‘você não ouve coisas no som como você as vê na luz’ (p.43).
2. O mesmo parece ser verdade em relação à apreensão dos pássaros entre os Kaluli da Papua Nova Guiné, que habitam um ambiente de densa floresta. Durante seu trabalho de campo entre os Kaluli, Steven Feld descobriu que sua taxonomia de aves era, antes de tudo, uma classificação de sons, em vez de coisas vivas. Às perguntas insistentes de Feld, Jubi, seu companheiro Kaluli, respondia: ‘Escute – para você, eles são pássaros, para mim, são vozes na floresta’. Refletindo sobre esse comentário, Feld observa que ‘pássaros’ são ‘vozes’, pois os Kaluli identificam e reconhecem sua existência primeiramente através do som. (Feld 1982: 45).
3. Um dos principais defensores desse ponto de vista sobre a percepção visual tem sido Richard Gregory. ‘Parece não ter havido uma quebra abrupta’ escreve Gregory, ‘entre perceber um objeto e adivinhar um objeto. Se toda percepção de objetos requer alguma adivinhação, podemos pensar o estímulo sensório como fornecedor de dados para hipóteses que dizem respeito ao estado do mundo externo. As hipóteses selecionadas, seguindo esse ponto de vista, são percepções.’ (1973: 61-3).  Além disso, ‘ilusões são hipóteses que falharam’ (p.74, grifos originais).
4. Heidegger, em particular, esforçou-se para recuperar esse senso de pertencimento por meio da repetição de metáforas visuais dominantes em termos aurais, e, freqüentemente, evocava o parentesco, na língua alemã, entre Hören, Horchen e Gehören — ouvindo, ouvindo atentamente e pertencendo. (Caputo 1985: 255).
5. Em seu ensaio sobre ‘a noção de pessoa, a de «eu» ‘, Marcel Mauss discute a etimologia do Latim persona e sugere que pode ter tido origem Etrusca, talvez originalmente emprestada do grego. A idéia de sua derivação de personare, acredita ele, foi uma invenção em retrospecto. (Mauss 1979: 78-9).
6. Uma variação intrigante sobre a mesma idéia é dada pelo filósofo japonês Yanagida Kunio (1875-1962), o reconhecido fundador dos estudos folclóricos japoneses. De acordo com Kunio, ‘tanto a fala quanto a escrita existem como meios de expressar pensamentos, mas, no presente momento, a escrita não é tão próxima do pensamento quanto o é a fala. Se a fala pode expressar oito pensamentos de dez, a escrita só pode expressar seis’ (citado em Ivy 1995: 7). 
7. A inspiração para isso vem da filosofia de Merleau-Ponty, especialmente de seu ensaio ‘O Olho e o Espírito’ (Merleau-Ponty 1964a; veja Stoller 1989 37-40). Discutirei as idéias de Merleau-Ponty mais detalhadamente no decorrer desse capítulo.
8. Para revisões úteis acerca dessa linhagem filosófica, ver Jay (1993a: 21-82) e Synnott (1993: 128-55).
9. Descartes, de fato, qualifica a analogia em um aspecto. Você não pode direcionar raios de luz para cima de objetos no ambiente exatamente da mesma maneira como um cego pode direcionar seu bastão. Isso é possível, pensava Descartes, só para criaturas, como o gato, que vêem no escuro por meio da iluminação de objetos com raios que saem de seus próprios olhos (1988: 59). A idéia de que os olhos do gato seriam como duas tochas em sua cabeça foi tudo o que sobrou, até a época de Descartes, da noção que fora um dia amplamente aceita — originalmente proposta por Euclides em sua Óptica (c. 300 AC) — de que, em todo tipo de visão, raios de luz eram emitidos pelos olhos em vez de refletidos por eles (Hagen 1986: 300-4). 
10. Rorty está, então, errado ao reivindicar que ‘no modelo Cartesiano, o intelecto inspeciona entidades modeladas pelas imagens da retina’ (Rorty, 1980: 45). Descartes foi bem explícito quando disse que o trabalho do intelecto não era inspecionar, mas, sim, construir, que essa construção não dependia de qualquer semelhança entre os dados sobre os quais ele operava e a imagem retinal e que quaisquer representações na mente são produtos, e não precursores, de sua atividade construtiva. Sobre isso, ver Houlgate (1993: 102). 
11. Como aponta Judovitz, ‘A apropriação paradoxal da visão pela razão, de Descartes…corresponde a um ato de denúncia do seu caráter fenomenal e experimental’ (1993: 78).
12. A seguinte definição, dada por Descartes em ‘Regras para o direcionamento de nosso intelecto nativo’,  de 1628, pode servir como exemplo desse uso: ‘intuição é a indubitável concepção de uma mente límpida e atenta que procede somente da luz da razão’ (1988: 3).
13. Gibson tem um problema específico com o sol e a lua, entre outros corpos celestes. Pois, como ele admite em outro texto, a informação que especificaria sua forma e composição simplesmente não está disponível para o observador terrestre tecnologicamente desamparado, que não pode se mover em volta deles. Como objetos, portanto, eles não são visíveis para o olho (1979: 259). Nem podem a luz do sol e a da lua serem vistas ‘como tal’. Como podem, então, o sol e a lua serem vistos?
14. Nesse ponto, Gibson escolhe discordar de Ronchi, cuja visão discuti acima. Embora concorde com Ronchi em que a optica, como uma ciência da visão, deve ser ancorada pelo olho, ele argumenta que a luz depende da presença do olho não para a sua existência, mas, sim, para sua relevância. Sua existência é um dado físico, sua relevância, um dado ecológico (Gibson 1966: 222). 
15. De acordo com Cohen e Stewart (1994: 154-6), a ilusão da visão é precisamente a de supor que você está ‘olhando fora de sua cabeça por meio de uma janela,’ ou ‘por meio de buracos na sua cabeça onde seus olhos deveriam estar.’ O cérebro, dizem, tem que trabalhar muito para criar essa ilusão. Mas, certamente, não é uma ilusão que eu já tenha experienciado, ou qualquer pessoa que eu tenha conhecimento já tenha experienciado. 
16. Assim, como aponta Jay, Merleau-Ponty não aceitava, como um a priori ontológico, a clivagem radical entre a ‘luz real’ (lumen) dos físicos e a ‘luz fenomenal’ (lux) da consciência ingênua. Pois, para ele, a ciência física ‘surgiu da percepção natural, em vez de sua antítese ou correção’ (Jay 1993b: 163).
17. Outra maneira de dizer isso é que devemos redescobrir o vidente que existe em todos nós e que se esconde atrás do nosso consentido papel de espectadores. A maneira de ver do vidente, como escreve David Levin, ‘é mais elementar do que nossa maneira do dia-a-dia: sua abertura extática…embora não compreendida e não praticada conscientemente, por mais mortais ‘comuns’, está, de fato, por trás de toda percepção humana’ (1988: 462).18. Paul Klee, a cuja arte Merleau-Ponty se refere freqüentemente, condensou esses pontos em seu ‘Credo Criativo’ de 1920. ‘A arte não reproduz o visível…O trabalho pictórico surge do movimento, é em si mesmo movimento fixado e é apreendido em movimento (músculos dos olhos)’ (Klee 1961: 76,78).19. Oliver Sacks registra um exemplo recente desse fenômeno. Diz respeito a um paciente, Virgil, que, após quarenta e cinco anos de cegueira fez uma cirurgia para restituir sua visão. Algum tempo depois da operação, ele disse a Sacks que, no primeiro momento, quando seu curativo foi retirado, ‘ele não tinha idéia do que estava vendo. Havia luz, havia movimento, havia cor, tudo misturado, tudo sem sentido, um borrão.’ Comentando sobre isso, Sacks nota que ‘quando abrimos nossos olhos, toda manhã, os abrimos para um mundo que passamos uma vida aprendendo a ver. O mundo não nos é dado: nós o fazemos através de incessante experiência, categorização, memória, reassociação. Mas quando Virgil abriu os olhos…não havia um mundo de experiência e significado aguardando-o. Ele viu, mas o que ele viu não tinha coerência’ (Sacks 1993: 61).
20. Levin chega à uma conclusão semelhante, embora em termos mais elaborados: ‘o vidente é visto e se vê como é visto, é visto como ele se vê. O vidente pode sentir essa experiência como ela é sentida, ou recebida, pelo outro, aquele que vê’ (1988: 333).
21. Juhani Pallasmaa elabora esse ponto com relação às propriedades acústicas da arquitetura:  Pode-se…relembrar a rispidez acústica de uma casa não habitada e não mobiliada ao compará-la com a afabilidade de uma cada habitada, na qual todo som é refratado e amortecido pelas numerosas superfícies dos objetos da vida pessoal. Todo prédio ou espaço possui seu som característico de intimidade ou monumentalidade, atração ou rejeição, hospitalidade ou hostilidade. Um espaço é concebido e apreciado por meio de seu eco tanto quanto por sua forma visual, mas a percepção acústica geralmente permanece uma experiência inconsciente de segundo plano.  (Pallasmaa 1996: 35)
22. Como um exemplo desse preconceito, Armstrong, Stokoe e Wilcox citam um livro didático de lingüística de John Lyons, no qual se alega que «língua de sinais», «linguagem corporal» ou «a língua das abelhas» seriam consideradas pela maioria das pessoas como um uso metafórico da palavra «língua» (Lyons 1981: 2, veja Armstrong, Stokoe e Wilcox 1995: 65). Brenda Farnell (1995: 31-8) mostra como o denegrir do gesto, sua associação com a humanidade em seu estado primitivo ou animal, é concomitante ao mesmo viés evolucionista que conduziu gerações de acadêmicos ocidentais a considerar a escrita como medida de civilização. A exclusão resultante da língua de sinais da lingüística, como ela pontua, retardou severamente o  reconhecimento apropriado das línguas de sinais dos surdos e pesquisas sobre sua estrutura.
23.  ‘Par exemple, dans une forêt, j’ai senti à plusieurs reprises que ce n’était pas moi qui regardais la forêt. J’ai senti, certains jours, que c’etaient les arbres qui me regardaient, qui me parlaient. Moi, j’etais là…écoutant (Charbonnier 1959: 143). Esse trecho é citado por Merleau-Ponty em seu ‘O olho e o espírito’, mas é introduzido com as palavras: ‘Como diz André Marchand, depois de Klee…’ (Merleau-Ponty 1964a: 167). Supõe-se que Merleau-Ponty quis dizer que as palavras de Marchand ecoavam os sentimentos que Klee, muitas vezes, expressava, embora em outros termos. No entanto, o trecho da entrevista de Charbonnier com Marchand é reproduzido, mais uma vez, no ensaio de Paul Stoller, ‘Eye, mind and world in anthropology’ (Stoller 1989: 38), onde é atribuído diretamente a Klee (citado por Marchand, em Charbonnier, citado por Merleau-Ponty)!
24. Esse ponto é estabelecido com referência específica às máscaras dos Yup’ik e Inuit, no capítulo 7 (pp.123-124). 
25. Por exemplo, é bem estabelecido, de acordo com Sacks, «que em pessoas cegas que lêem Braille o dedo leitor tem uma representação excepcionalmente ampla nas partes táteis do córtex cerebral (1993: 70). Em uma representação do homúnculo sensorial, portanto, esse dedo apareceria demasiado alargado.26. A idéia de que é possível enumerar os sentidos tem sido pertinentemente criticada por Seremetakis. «Capacidades sensoriais enumeradas e a correspondente segmentação da experiência material em domínios semânticos especializados», escreve ela, «pode congelar a fluidez genuína do cruzamento sensorial e a metaforização mútua de um sentido por outro… a enumeração, desse modo, impõe uma grade que distorce ou dissipa a maneira pela qual a cultura sente os sentidos». Além disso, a noção de que, em qualquer cultura específica, um certo balanço ou relação pode ser estabelecido entre os sentidos implica que cada um pode ser reduzido a um denominador comum que é, em si, «natural» ou «pré-cultural» (Seremetakis 1994: 126).27. Levin apresenta essa visão em uma passagem de prolixidade incomparável. «De fato», escreve ele, «o campo da visibilidade produz ele próprio, muito mais prontamente do que todos os outros campos de sentidos, o tipo de processo estruturante que intencionalmente re-presenta o que quer que se apresente, de modo que toda presença se manifestando em um campo de visão é essencialmente reduzida à ontologia de uma mera coisa (Levin 1988: 65).
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